segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Síntese do livro Educação como prática da liberdade de Paulo Freire

Uma exigência da pedagogia da liberdade é que se tenha o reconhecimento dos prazeres da prática. A idéia de liberdade só vai existir se o homem lutar por ela.
Tem que haver uma reflexão e uma prática dirigida pelo povo. A pedagogia só vai ter sentido quando houver uma participação livre e crítica do educando.

É necessário que a escola seja um círculo de cultura, de debate e que o coordenador (professor) crie um dialogo, uma forma de como discutir os conteúdos com seus alunos. Todo o aprendizado deve estar voltado ao educando. Usando palavras do “mundo” do mesmo.

Desde a chegada dos Jesuítas ao Brasil até o Golpe de 1964, onde Paulo Freire teve que sair do país, porque suas idéias faziam o povo se revoltar contra o governo; era necessária no país uma educação que se voltasse para a responsabilidade social e política, que o homem pudesse defender seus ideais, interpretar seus problemas, dar uma opinião concreta, analisar os fatos, enfim, uma educação corajosa que fizesse o povo pensar sobre o seu poder na sociedade.

O círculo tem que ser um grupo de debate e trabalho para que haja um bom aproveito na aprendizagem. O professor deve usar imagens e palavras geradoras, que decompostas em sílabas, propiciam a criação de novas palavras. Usar palavras da vida do aluno é muito importante.

O coordenador não pode conduzir o aluno, isso prejudica o poder criador dele e o torna um objeto.
O homem moderno está sendo dominado pela força dos mitos e pela mídia, perdendo a capacidade de decidir e dar opinião.

O homem RADICAL não nega o direito de expressão das outras pessoas, discute e conversa. Tenta convencer e não “derrotar” seu oponente. Não gosta de quem se oprime, fica em silêncio, não expõem sua opinião. Sempre reflete suas ações.
Já o homem SECTÁRIO não cria nada, pois não ama, não respeita a opinião dos outros, quer sempre impor a sua.

Características da Pedagogia Liberal:

-Desenvolvimento de poderes intelectuais;
-Discussão de seus próprios problemas;
-Dialogo constante com o outro;
-Facilidade de fazer análises;
-Procura da verdade, ouvindo, perguntando, investigando, pesquisando e participando;
-Tentativa constante de mudança de atitude;
-Posições indagadoras, inquietas e criadoras;
-Estimular o poder do aluno em trabalhar, discutir, etc.;
-Fazer o aluno não apenas estar no mundo e sim fazer parte dele.

Essa pedagogia transforma o homem em sujeito. Um método ativo, dialogal, crítico, que faz o educando discutir e não memorizar os conteúdos.

Na prática:
Escolher palavras geradoras do universo do aluno, que tenha uma riqueza fonêmica, ir graduando a dificuldade, criar situações em que o aluno e o seu ambiente estejam presentes, ter um roteiro, não para seguir, mas para se localizar.

Sugestão de trabalho:
Uma palavra do cotidiano: TIJOLO
Separa-se às sílabas: TI-JO-LO
Conhece a família da primeira sílaba: TA, TE, TI, TO, TU e TÃO.
Criam-se palavras com as mesmas: tatu, telha, tia...
E ai é só abusar da sua criatividade!


“A educação é um ato de amor, por isso, um ato de coragem. Não pode temer o debate. A análise da realidade. Não pode fugir à discussão criadora, sob pena de ser uma farsa.”
Paulo Freire